domingo, setembro 26, 2010

Texto Jornalistico

Problemas com as candidaturas atrapalham a ordem da Justiça Eleitoral

Processos burocráticos eliminam candidatos a postos eleitorais. TSE analisa caso a caso.

Por Juliana Ferrari

Há menos de 15 dias para as eleições, o Tribunal Superior Eleitoral divulga dados de candidatos que tentaram, mas não conseguiram aprovação para ingressar no cenário político. O ultimo levantamento foi coletado no dia 15 de Setembro e as informações são atualizadas pelo próprio Tribunal Superior em conjunto com os tribunais regionais.
Das 22.570 pessoas que se candidataram 2.726 foram completamente descartadas. Destas, a maioria não obedecia às exigências da legislação eleitoral. Um em cada dez candidatos desistiu antes mesmo de começar as campanhas, 12 foram cancelados pelos próprios partidos, e os demais se enquadraram em: falta de filiação partidária, não quitação de pendências eleitorais, falecimento, cassação e ainda 20% dos casos estão relacionados à lei da Ficha Limpa.
Alceni Guerra (DEM-PR) desistiu da candidatura porque havia sido impugnado pela lei da Ficha Limpa. Junior Brunelli se envolveu em um escândalo de recebimento de propina, mas mesmo assim se inscreveu a revelia. Por tal atitude, foi expulso do partido e acabou renunciando à candidatura. Anna Christina Kubitschek (neta do ex-presidente Juscelino Kubitschek) não apresentou a prestação de contas de sua campanha de 2006. Acabou por fim, desistindo de disputar a eleição. Entre os que estão sob recurso, ou seja, não dependem só do voto popular mas também, da Justiça Eleitoral, estão Paulo Maluf (PP-SP), Joaquim Roriz (PSC-DF), Jader Barbalho (PMDB-PA), entre outros.
Para os cargos existentes na Câmera dos Deputados, dos 6.038 candidatos a federal, 766 já estão fora da disputa. Além deles, 402 seguem com recurso, 99 sofrem algum tipo de contestação pela justiça e 232 já desistiram da eleição.
Leonardo Barreto, cientista político da Universidade de Brasília (UnB), aponta duas vertentes para essa situação. Segundo ele ‘O sistema brasileiro é mais acessível, mais democrático’, e ao mesmo tempo os partidos conseguem exercer um maior controle sobre os nomes de seus representantes. Barreto ainda afirma ‘Por mais bem intencionado que seja o TSE, existe uma demora muito grande para julgar os casos. E a lei da Ficha Limpa trouxe uma instabilidade ao cenário político’. Para ele, essa burocracia da Lei trouxe mais trabalho para a Justiça Eleitoral.

0 comentários:

Postar um comentário